quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ministro do Turismo fala sobre investimentos e acolhida dos jovens durante a JMJ 2013




Jovens de todas as partes do mundo estão ansiosos com a realização da JMJ – Jornada Mundial da Juventude 2013, que será realizada no Rio de Janeiro.


Os trabalhos de divulgação e várias campanhas para melhor acolher os participantes de todo o mundo estão acontecendo e nesta semana a delegação do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL) visita a cidade maravilhosa para avaliar o andamento dos trabalhos que estão a todo vapor.


A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Comissão para a Juventude não mede esforços para fazer desse grande evento um marco na história das Jornadas e juntamente com a Arquidiocese do Rio de Janeiro e da comunidade católica de todo Brasil já começou a procurar parceiros para essa grande festa da juventude.



O Portal A12.com tem acompanhado as iniciativas e acontecimentos relacionados a preparação da JMJ no Brasil e para conhecer a expectativa do Governo Federal sobre o evento conversou com o Ministro do Turismo, Gastão Vieira, que deixou claro que é um privilégio para o Brasil receber a Jornada Mundial.


“Jovens do mundo inteiro virão ao Brasil para trocar experiências e confirmar sua fé. Frequentemente, eles são acompanhados por familiares, e uma parcela considerável dedica parte da viagem para conhecer outras regiões do país. É um fator estimulante para nossa cadeia turística, que está pronta para receber este grande evento”, disse o ministro.


O Ministro Gastão Vieira falou também sobre os investimentos que estão sendo pensados para acolher os jovens do Brasil e como deve ser a parceria com a Igreja Católica.


Acompanhe abaixo mais detalhes da entrevista exclusiva ao portal A12.com:


A12 - Quais os investimentos pensados para melhor acolher a juventude mundial?


Ministro Gastão Vieira - Nosso objetivo é preparar todo o país como destino turístico de forma sustentável e levar em consideração os grandes eventos dos próximos anos de forma integrada. Para isso, o Ministério do Turismo trabalha para melhorar a infraestrutura turística no Brasil, a divulgação dos nossos atrativos no exterior e promoção do turismo doméstico. As ações da pasta têm sido reforçadas em todas as regiões brasileiras, potencializando o que cada uma tem de melhor para oferecer aos visitantes. Dessa forma, destinos além das capitais estão desenvolvendo sua cadeia turística, para que os visitantes se sintam acolhidos e dispostos a retornar ao país em viagens futuras.

A12- De que maneira o ministério deve se aliar a CNBB e a Igreja no Brasil para que o evento aconteça da melhor maneira possível?


Ministro Gastão Vieira - Pelo caráter religioso e pela presença do papa Bento XVI no Brasil, a Igreja terá todo o apoio e incentivo do Ministério para a divulgação e realização do evento. Estaremos disponíveis para contribuir no que for necessário, dentro de nossas atribuições, e fazer esta edição da Jornada Mundial da Juventude uma das mais representativas para o catolicismo mundial.


A12- A JMJ também acaba sendo um evento de divulgação do Brasil para todo o mundo. Como o ministério avalia esse fato?


Ministro Gastão Vieira - O evento oferecerá uma oportunidade fantástica de exposição turística do nosso país no exterior, especialmente aos jovens, que pela relação que têm com as novas tecnologias, como as redes sociais, serão os grandes “divulgadores” do Brasil em seus países. Calculamos que pelo menos 2 milhões de pessoas participem do evento, entre brasileiros e estrangeiros, o que terá grande impacto na economia do Rio de Janeiro e de outros estados.


A12- Na última jornada, que aconteceu em agosto do ano passado, em Madri, na Espanha, o evento reuniu cerca de 2 milhões de jovens. O Rio de Janeiro está preparado para acolher todos os participantes?


Ministro Gastão Vieira - O Rio de Janeiro tem vocação natural para receber um grande número de turistas de todas as partes do mundo. A tradição na preparação dos grandes eventos – como a festa de réveillon e o carnaval – e a eficiência da atual política de segurança pública ratificam a competência da cidade para a realização de encontros como a Jornada Mundial da Juventude.


Perguntado sobre a estrutura de segurança para a realização do evento, o ministro disse apenas que “essa questão está fora das atribuições do ministério”, finalizou.




Foto: Agência Câmara

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Vídeo Oficial Logo JMJ Rio 2013

Campanha para acolhida dos peregrino da JMJ 2013 será lançada




Uma das etapas principais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é a acolhida aos peregrinos que virão de todas as partes do mundo. Neste domingo, 4, será lançada nas paróquias da Arquidiocese do Rio de Janeiro a Campanha de Hospedagem para a JMJ Rio2013.

Em entrevista ao Setor de Comunicação da JMJ, a responsável pelo Setor de Hospedagem, irmã Graça Maria, explica como será este processo.

Setor de Comunicação da JMJ – Como será a hospedagem dos peregrinos para a JMJ Rio2013?

Irmã Graça Maria – As hospedagens serão em casas de família, paróquias, escolas públicas e particulares, ginásios poliesportivos, casas de festas, centros comunitários e outros locais que sejam seguros e cobertos para que o peregrino possa ser alojado para pernoite.

JMJ – Qual a mensagem da campanha?

Irmã Graça – “Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade” (Rom 12, 10.13). São Paulo resume como devem ser nossas equipes de hospedagem e famílias de acolhida.

JMJ – Como uma família é impactada ao abrir sua casa para receber um peregrino?

Irmã Graça – Ao exercitar uma das obras de misericórdia: “dar pousada ao peregrino”, a família sentirá a alegria e a oportunidade de dar testemunho e vivenciar sua fé e o dinamismo dos jovens de outras cidades, países e até mesmo continentes.

JMJ – Da mesma forma, como um peregrino é afetado por essa experiência?

Irmã Graça – “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine”. O peregrino poderá experimentar essa caridade, virtude cristã, que ultrapassa todas as diferenças de cor, raça, cultura, povo e língua.

JMJ – O que é preciso para ser um hospedeiro?

Irmã Graça – Nós estamos trabalhando com “carbono zero”. Isto significa que iremos centralizar nossos cadastros pelo portal: www.rio2013.compthospedagem. Porém, sabemos que para muitos isso poderá ser um impedimento, e por esta razão estão sendo montados plantões paroquiais para atenderem estas pessoas que querem ser família de acolhida e não têm acesso à internet.

Também aqueles que quiserem oferecer seus estabelecimentos poderão entrar em contato conosco pelo email: hosped@rio2013.com, informando o endereço do local bem como nome e telefone de contato, para que possamos estar agendando uma visita e fazer posterior cadastro do mesmo.

JMJ – O que preciso oferecer aos peregrinos que ficarem em minha casa?

Irmã Graça – Levando em consideração que os peregrinos já trazem na bagagem saco de dormir ou colchonete, você deverá oferecer um espaço coberto e seguro para que ele possa pernoitar e fazer sua higiene pessoal.

JMJ – Quanto à alimentação dos peregrinos, quem é o responsável por ela?

Irmã Graça – O peregrino inscrito na JMJ terá alimentação completa (café da manhã, almoço e jantar), oferecida pela própria organização da JMJ. Quando não for feita essa opção no ato da inscrição, a alimentação será de responsabilidade do próprio peregrino.

JMJ – Sou de um bairro, mas atuo em paróquia de outro bairro. Onde me cadastrar como família de acolhida?

Irmã Graça – Na paróquia mais próxima de sua residência.

JMJ – Minha paróquia não tem chuveiro, mas queremos hospedar. O que fazer?

Irmã Graça – A equipe de hospedagem paroquial poderá organizar casas vizinhas que ofereçam o espaço para higiene pessoal dos peregrinos.

JMJ – Quero acolher voluntários. Preciso oferecer alimentação diária?

Irmã Graça – A família deverá oferecer o café da manhã e o jantar, enquanto o COL-Rio oferecerá o almoço. Porém, nos finais de semana a alimentação completa fica sob a responsabilidade da família acolhedora.

JMJ – Por que acolher de 21 a 31 de julho de 2013, se a JMJ é de 23 a 28 de julho de 2013?

Irmã Graça – Porque alguns peregrinos chegam antes da JMJ e/ou saem depois, por conta da disponibilidade de voos.

JMJ – Posso escolher quem eu quero hospedar em minha casa?

Irmã Graça – A distribuição dos peregrinos será feita por regiões linguísticas, portanto, você receberá em sua casa o peregrino de sua região linguística.

JMJ – Preciso buscar o peregrino no aeroporto para levá-lo até minha casa?

Irmã Graça – O coordenador do Setor Hospedagem enviará as informações sobre a paróquia de sua acolhida, endereço, acesso, facilitando o peregrino sobre sua chegada e acolhida.

JMJ – Para ser família de acolhida eu preciso estar o dia inteiro em casa?

Irmã Graça – O peregrino utilizará o alojamento e casas apenas para o pernoite e higiene pessoal, ficando o mesmo, durante todo o dia, em função das programações da JMJ Rio2013.

JMJ – O alojamento estará disponível durante todo o dia?

Irmã Graça – O alojamento é exclusivo para pernoite, permanecendo fechado durante o dia (refere-se a escolas, clubes, casas de festa, ou outros tipos de hospedagem que não sejam em casas de família).

JMJ – O peregrino deixará seus pertences (malas, roupas, saco de dormir) no alojamento?

Irmã Graça – Sim. No entanto, a equipe de hospedagem não se responsabilizará por objetos de valor deixados no local, e aconselha que cada jovem faça uso de cadeados e leve objetos de valor consigo.

JMJ – Haverá um voluntário que fale o idioma do grupo de peregrinos no local de hospedagem?

Irmã Graça – Sim. Caberá à Coordenação de Hospedagem solicitar ao Setor Voluntariado da paróquia uma equipe devidamente preparada para auxiliar os peregrinos.

JMJ – Onde me cadastrar como família de acolhida?

Irmã Graça – Em breve no portal: www.rio2013pthospedagem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Organizadores da JMJ Rio 2013 pedem oração por visita do Vaticano




A comissão organizadora da JMJ Rio 2013 convida toda juventude para estar em oração pela visita dos membros do Pontifício Conselho para os Leigos.
A sessão que trata dos assuntos dos jovens deste dicastério veio direto do Vaticano para ver o andamento dos preparativos da Jornada Mundial da Juventude que pretende reunir quatro milhões de pessoas de todas as partes do mundo num encontro com o Papa Bento XVI na capital fluminense.
“Vamos aos pés de Jesus Sacramentado interceder pela Jornada Mundial da Juventude Rio2013”, exalta a comissão da JMJ 2013.
O encontro será nesta quinta-feira, 1º de março, às 19h30, na Igreja de Sant’Ana, que está localizada na Praça Cardeal Leme, 11, no centro da cidade.
O Cardeal Stanislaw Rylko, presidente deste pontifício conselho chega ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 27. Ele ficará na cidade durante cinco dias, participando de reuniões com os representantes do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), além de um encontro com representantes de movimentos jovens e comunidades novas do Rio. Na programação, estão previstas visitas aos locais da cidade que poderão receber os eventos oficiais da JMJ Rio2013.
No dia 2 de março, às 11h, o Cardeal Rylko e o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, concederão uma entrevista coletiva sobre o balanço das atividades realizadas pela Comitiva do PCL durante a visita ao Rio. A coletiva será no edifício João Paulo II, na Glória.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quaresma: Momento para descobrir que o amor é possível




Em poucos dias, na Quarta-feira de Cinzas, começaremos um período litúrgico importante da nossa fé católica: a Quaresma. O tempo da Quaresma, eminentemente penitencial, em preparação para a Páscoa, é o propício momento em que todos nós, fiéis batizados, somos convidados a intensificar a vida de oração, penitência e caridade, com realce especial ao jejum e à abstinência. Contudo, só se compreende a Quaresma através do olhar de um Deus que se encarna, morre e ressuscita por amor a cada um de nós. Isto mesmo, Deus mergulha na epopeia e tragédia da vida humana para nos resgatar das correntes do pecado e dar-nos a vida eterna.
A Quaresma está intimamente conectada com o desejo de felicidade e infinito, latentes em cada coração humano. Sem ela não se entende o ser cristão, sem ela não se entendem os mistérios da indigência e da grandeza humana. Constata-se por muitos espaços da vida humana um mar de tristezas e frustações. A depressão, segundo dizem, é o mal de nosso século. Nunca sentimos tanta falta de infinito, e nunca estivemos tão presos ao efêmero, ao passageiro, ao transitório, aquilo que não gera relações humanas, valorizando demasiadamente o virtual e nos esquecendo do real, da dor, das misérias, da pobreza, da violência e das misérias morais que relativizam o belo, o sagrado, gerando a cultura do descartável.
O que impede o coração humano de encontrar a felicidade? Muitas são as respostas, muitos estudos são apresentados diariamente nos meios de comunicação. Buscam-se explicações psicológicas, sociais, econômicas, políticas etc. Mas, são poucos os que chegam ao fundo do problema. A verdadeira e plena felicidade só será alcançada quando passarmos pela via quaresmal, que é o caminho de purificação e penitência que nos liberta, através da graça, dos grilhões do pecado.
O pecado é o maior obstáculo. Infelizmente, estamos imersos numa cultura que o comercializa. O mais triste é que buscando a felicidade, a humanidade parece afundar-se cada vez mais no lodo e morre sufocada pelo veneno do pecado, que destrói almas e sonhos. E é a própria sociedade que promove esse tipo de vida, se questiona dos porquês dessas realidades que contaminam o orbe sem se importar com as condições econômicas ou sociais das pessoas.
A maior alienação é a incapacidade de perceber o quanto o ser humano se quebra quando se entrega ao pecado. Existe uma desintegração espiritual que se manifesta na sociedade e prolifera em estruturas. Ele nasce pessoal e, em proporção com a matéria, gravidade e circunstâncias, gera o mal social.
O reconhecimento de nossas misérias e fraquezas diárias é o primeiro passo para o encontro profundo consigo mesmo e com Deus. O pecado é a desintegração da nossa natureza e aliena nossa vida da realidade eterna a qual todos nós somos chamados. A penitência não é masoquismo, mas reconhecer de modo concreto e visível a nossa indigência e necessidade. Ela nos coloca no caminho do perdão, que é o resgate da unidade perdida pelo mal.
O salmo penitencial 51(50) exclama com beleza poética o drama do pecado e a recuperação do Rei Davi. A primeira coisa que o pecado ataca é nossa consciência, ou seja, a capacidade de perceber e distinguir o mal e o bem. O Rei Davi possui a graça de ter um grande amigo, o profeta Natã. Este, sem medo das consequências e guiado pela força do Espirito Santo, acusa Davi do seu pecado. A paz e a felicidade voltam ao rosto do rei de Israel apenas quando ele reconhece e deseja reparar o mal cometido.
O pecado nos coloca no sono mais profundo e nos impede de encontrar a paz que deve reinar em nossas vidas. Só através da paz, que nasce do encontro arrependido com Cristo misericordioso, poderemos encontrar a felicidade. Os verdadeiros amigos são aqueles que nos ajudam a despertar e a ver a realidade em toda sua complexidade, como fez Natã com Davi. Eles são capazes disso não porque sabem mais ou são mais capacitados, mas, sim, porque nos amam. Como está escrito em Eclesiástico: “O amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro”. (Eclo 6,14).
A crise de felicidade está proporcionalmente relacionada com uma crise de amizade. Poucos encontram verdadeiros amigos. Muitas vezes não sabemos ser bons amigos. Neste clima de preparação para a JMJ RJ, conclamo ao jovem: desperte através do encontro com Cristo, o dom da amizade. Não se pode ser cristão sozinho. Jovem evangeliza jovem. Com razão impacta, positivamente, milhões de pessoas a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude, no encontro com Cristo juntamente com o Santo Padre o Papa. Nessas jornadas, os jovens descobrem que a amizade já existe entre eles, pois todos possuem em comum o grande amigo Jesus Cristo, aquele que nunca nos abandona.
Dizem que hoje as pessoas não querem se relacionar, desejam apenas se “conectar”, pois é mais fácil colocar o outro em “off”. O medo em criar laços sólidos brota, em muitos casos, da incerteza do amor. O pecado apaga de nossas vidas a certeza de que é possível amar. A fragmentação de nosso ser, oriunda do pecado, nos impede de confiar no outro.
Assim, neste importante tempo de Quaresma despertemos novamente o desejo de felicidade. Purifiquemos nossas almas do pecado que obstaculiza o encontro com Cristo, amigo capaz de nos guiar com passos seguros. Como o Rei Davi, peçamos a Deus piedade por nossos pecados. Não tenhamos medo de reconhecer nossas transgressões.
Deus conhece nosso ser, ama a verdade e nos ensina a sabedoria. Ele nos dá a felicidade, o júbilo e nos purifica de todas as iniquidades, fazendo-nos “mais brancos do que a neve”. Sobretudo, Deus cria em cada um de nós um coração novo, através da penitência e do perdão sacramental. A via quaresmal bem vivida despertará em nós um espirito firme e devolverá o júbilo da salvação. (cf. Sal 51).
Que nesta Quaresma tenhamos a coragem de fazer uma passagem profunda de purificação do pecado para a graça, no caminho bonito do itinerário do seguimento e discipulado do Redentor!

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)


Fonte: CNBB

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mensagem do Papa para a Campanha da Fraternidade 2012




Mensagem
Mensagem do Papa Bento XVI em ocasião da abertura da
Campanha da Fraternidade 2012

Ao Venerado Irmão
CARDEAL RAYMUNDO DAMASCENO ASSIS
Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB


Fraternas saudações em Cristo Senhor!

De bom grado me associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema "que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Eclo 38,8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável.
Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal. No episódio da cura de um paralítico (cf. Mt 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que esse voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois «que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mt 16,26). Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino salus e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: «Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidades do povo» (Mt 4,23).
Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o próprio Jesus quis Se identificar com eles: «pois Eu estava doente e cuidastes de Mim» (Mt 25,36). Ajudando-lhes ao mesmo tempo a descobrir que se, por um lado, a doença é prova dolorosa, por outro, pode ser, na união com Cristo crucificado e ressuscitado, uma participação no mistério do sofrimento d’Ele para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus torna fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI, Discurso aos enfermos de Turim, 2/V/2010).
Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha «Fraternidade e Saúde Pública», invocando – pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida – para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento. E, para confirmar-lhes nestes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 11 de fevereiro de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Redescobrir a oração





A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de autoajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.
A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.
É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.
A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas a oração pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a oração faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.
A oração como prática e como inquestionável demanda, no entanto, passa, por razões socioculturais, por uma crise. Aliás, uma crise numa cultura ocidental que nunca foi radicalmente orante. O secularismo e a mentalidade racionalista se confrontam com aspectos importantes da vida oracional, como a intercessão e a contemplação. Diante desse cenário, é importante sublinhar: paga-se um preço muito alto quando se configura o caminho existencial distante da dimensão transcendente. O distanciamento, o desconhecimento e a tendência de banir o divino como referencial produzem vazios que atingem frontalmente a existência.
É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta a clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Tratar-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.
A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a autossuficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar”. É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG

Fonte: CNBB

Campanha da Fraternidade: Saúde e Salvação para todos



Costumamos dizer que “a saúde é tudo”. Em várias línguas, salvação e saúde são a mesma coisa. Aqui está uma sabedoria de vida mais profunda do que imaginamos.
A saúde é um bem fundamental. Enquanto temos saúde quase nem percebemos. Só quando aparecem os problemas as coisas mudam. Mas às vezes vamos levando, até à hora em que não há mais jeito. Na juventude ligamos menos para a saúde. Mais tarde a gente acaba pagando por este erro. Pois é sábio aquele provérbio popular: prevenir é melhor do que remediar!


Mas o que é ter saúde?

Saúde não é simples ausência de doenças. Também não quer dizer não ter limitações, pois estas fazem parte de nossa vida. Ela é sempre relativa, isto é, está relacionada com a fase de vida em que nos encontramos. Cada fase tem suas potencialidades e suas limitações. A Organização Mundial da Saúde define a saúde humana basicamente como bem estar.
Entretanto há condições para se estar bem. A saúde física é importante, mas não é tudo. Além desta precisamos de boas condições mentais, espirituais, sociais e ambientais. São dimensões básicas em que nossa vida se realiza. O vigor mental e espiritual depende muito do indivíduo. Mas a esfera social e ambiental interfere também radicalmente em nossas condições individuais de saúde.
Percebemos então que a saúde é um bem individual e social. Ou seja, que ela depende do ar que respiramos; e este ar pode estar poluído por nós mesmos. E aí vem a questão dos esgotos nos rios, dos agrotóxicos nos alimentos. Há costumes atuais e mesmo instrumentos que podem ser prejudiciais à saúde. Até o uso frequente do celular pode estar relacionado com o câncer. E a mentalidade violenta e competitiva que estressa a nossa vida?
Em meio a tudo isso, se constrói a saúde pública como um bem que requer responsabilidade. Por ela cuidamos para que a saúde seja um bem de todos. Já existem boas iniciativas políticas e governamentais neste sentido. Mas esta consciência ética precisa crescer. A Campanha da Fraternidade de 2012 é um grande passo nesse caminho. Pela fé cristã, nossa vida e a vida dos outros estão entrelaçadas sob todos os aspectos. Não há salvação sem o amor ao próximo. A saúde é um ponto do encontro vital com a salvação.



Matéria publicada na Revista de Aparecida, edição março 2012.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade: 49 anos de amor ao próximo e referência democrática




Está chegando a Quaresma, tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade. A CF, como é conhecida, está na sua 49ª edição, é realizada todos os anos e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções. Neste ano de 2012 a Campanha da Fraternidade destaca a saúde pública e suas variantes. Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8); a CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precarização de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias.
A CF é uma campanha conhecida em todo o país e reconhecida internacionalmente. Mas você sabe quando ela começou? Quem foram os seus criadores? A primeira Campanha da Fraternidade foi idealizada no dia 26 de dezembro de 1963, sob influencia do espírito do Concílio Vaticano II.
Antes disso, o primeiro movimento regional, que foi uma espécie de embrião para a criação do atual modelo da “Campanha da Fraternidade”, foi realizado em Natal (RN), no dia 8 de abril de 1962, por iniciativa do então Administrador Apostólico da Natal, dom Eugênio de Araújo Sales, de seu irmão, à época padre, Heitor de Araújo Sales e de Otto Santana, também padre. Esta campanha tinha como objetivo fazer “uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese, aos moldes de campanhas promovidas pela instituição alemã Misereor”, explicou dom Eugênio Sales, em entrevista a arquidiocese de Natal, em 2009. A comunidade de Timbó, no Município de Nísia Floresta (RN), foi o lugar onde a campanha ocorreu pela primeira vez.
“Quando no começo de 1960, eu estava concluindo meu trabalho de doutorado em Direito Canônico na Universidade Lateranense, em Roma, fui para a Alemanha onde tinha mais tranquilidade para o que desejava. Ali pude acompanhar a Campanha Quaresmal daquele ano para recolher o fruto dos sacrifícios em benefício dos povos que sofriam fome, como eles mesmos tinham sofrido 15 anos antes, logo depois da Segunda Guerra Mundial. O material para informação (homilias, boletins paroquiais, etc.) continha reflexões muito profundas. Trouxe para o Brasil todo o material para que pudéssemos adaptar aqui.
Dom Eugenio Sales numa reunião do clero lançou a ideia. Foi feita uma lista e nomes, no fim venceu o nome "Campanha da Fraternidade". Ficamos satisfeitos com o nome, mas nunca imaginávamos que aquela pequena semente se transformasse no que é hoje”, disse o arcebispo emérito de Natal, dom Heitor de Araújo Sales.
“Não vai lhe ser pedida uma esmola, mas uma coisa que lhe custe. Não se aceitará uma contribuição como favor, mas se espera uma característica do cumprimento do dever, um dever elementar do cristão. Aqui está lançada a Campanha em favor da grande coleta do dia 8 de abril, primeiro domingo da Paixão”, disse dom Eugênio Sales, no ato de lançamento da campanha, em Timbó (RN).
Segundo dom Heitor, o papa João XXIII tinha lançado a ideia de que católicos de países ricos pudessem dar um pouco de suas vidas para ajudar na evangelização de outras terras. Chamavam-se "Voluntários do Papa". Assim vieram para cá missionários leigos dos Estados Unidos (EUA) e de outros lugares. Eles também ajudaram no começo da Campanha.
A experiência foi adotada, logo em 1963, por 19 dioceses do Regional Nordeste 2 da CNBB (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte). Naquela época envolvidos pelo Concílio Vaticano II, os demais bispos brasileiros fizeram o lançamento do Projeto da Campanha da Fraternidade para todo o Brasil. Dessa forma, na Quaresma de 1964 foi realizada a primeira Campanha em âmbito nacional. Desde então, até os dias atuais, a CF é realizada em todos os recantos do Brasil.
Em 20 de dezembro de 1964, os bispos brasileiros que participavam do Concílio Ecumênico Vaticano II, em Roma, aprovaram o fundamento inicial da mesma, intitulado “Campanha da Fraternidade – Pontos Fundamentais apreciados pelo Episcopado em Roma”. Em 1965, tanto a Cáritas quanto Campanha da Fraternidade foram vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A partir de então que a Conferência dos Bispos Brasileiros passou a assumir a Campanha da Fraternidade. Nesta transição, foi estabelecida a estruturação básica da CF.
“Naquela época, a Igreja se voltava a si, preocupada com a implantação do Concílio Vaticano II e em renovar as suas estruturas conforme as indicações conciliares. Daí surgiu a Campanha da Fraternidade. Ela, inicialmente se prestou a este objetivo. No entanto, a CF contribuiu na superação da dicotomia ‘Fé e Vida’, que, imbuída do espírito Quaresmal quer modificar a situação do fiel, em prol da vida e da justiça”, explicou o atual secretário executivo da Campanha da Fraternidade da CNBB, padre Luiz Carlos Dias.
Em 1967, começou a ser redigido um subsídio para a CF auxiliando assim as dioceses e paróquias de todo o país. Nesse mesmo ano iniciaram também os encontros nacionais das Coordenações Nacional e Regionais da Campanha da Fraternidade.
Em 1970, a Campanha ganhou um especial e significativo apoio, uma mensagem do papa Paulo VI para o dia do lançamento da Campanha, o que virou uma tradição entre os papas.
A partir de uma análise dos temas abordados a cada ano, a história da Campanha da Fraternidade pode ser dividida em três fases distintas: de 1964 a 1972, os temas refletem um olhar voltado para a renovação interna da Igreja, provavelmente sob o influxo das reformas propostas pelo Concílio Vaticano II; de 1973 a 1984, aparece na Campanha a preocupação da Igreja com a realidade social do povo brasileiro, refletindo influências do Vaticano II e das Conferências Episcopais de Medelín e Puebla, sem deixar de lado a questão política nacional, que vivia uma de suas mais terríveis fases: a ditadura militar. A terceira fase, a partir de 1985, reflete situações existenciais dos brasileiros.
Ao longo da história, as Campanhas abordaram questões do compromisso cristão na sociedade. Em alguns casos, as essas questões discutidas geraram o surgimento de Pastorais ou serviços no seio da Igreja. Foram levantados e debatidos temas como, em 1985, a questão da fome; em 1986, o problema fundiário; em 1987, o tratamento do poder público para com o menor. Em 1988, a campanha apelou por uma adesão a Jesus Cristo; em 1989, conclamou o povo a assumir uma postura crítica frente aos meios de comunicação social; em 1990, abordou a questão do gênero, chamando a atenção para a igualdade do homem e da mulher, diante de Deus; em 1999, chamou a sociedade e o poder público para discutir o problema do desemprego; em 2000, convidou as igrejas cristãs e a sociedade a lutarem pela promoção de vida digna para todos. Em 2001, levantou o problema das drogas e as consequências na vida das pessoas; em 2008, propôs o debate sobre a defesa da vida; em 2011, falou sobre a vida no planeta.
Neste ano de 2012, a saúde pública será o foco das discussões. De acordo com o arcebispo de Ribeirão Preto, dom Joviano de Lima Junior, a saúde é “dom de Deus” e, enquanto tal é um direito que além de ser preservado, precisa ser conquistado. “Além disso, pensemos na importância da alimentação e da preservação do ambiente. Porém, não podemos nos esquecer das estruturas insuficientes dos hospitais e dos postos de saúde”, disse. (RE)

Fonte: CNBB

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Rede Um Grito Pela Vida se foca em ações contra o tráfico de pessoas durante a Copa do Mundo

Aproveitando que a Copa de 2014 será no Brasil, a Rede Um Grito Pela Vida, que faz parte da Conferência dos Religiosos/as do Brasil (CRB), quer levar o tema do tráfico de pessoas ao mundo. Dessa forma a linha de ação da entidade é uma campanha preventiva articulada com os comitês locais da Copa, principalmente nas capitais federais.

Irmã Eurides Alves de Oliveira, integrante da CRB e coordenadora da Rede, detalha o planejamento: "Estamos pensando em estratégias de sensibilização para a campanha com distribuição de material para a população e para os meios de comunicação”. Ela também revela a possibilidade de uma campanha virtual que começa a ser projetada e que será viabilizada de acordo com parcerias que a Rede conseguir. Uma delas, ao que tudo indica, será a Organização Internacional da Migração. Mas somente em novembro de 2012 é que haverá uma reunião para definir exatamente o plano estratégico para o mundial de futebol.

Irmã Eurides comenta a importância de debater o assunto num evento internacional. "É dar visibilidade ao tema, que é tão amplo, mas não é tão lembrado. E uma segunda questão é fazer um alerta, uma prevenção para coibir o aumento do tráfico de pessoas, pois só podemos fazer isso juntos, se somarmos os esforços”, salienta.

Ela ainda informou que, segundo o entendimento da Rede Um Grito Pela Vida, o tráfico de pessoas ainda não está sendo tratado pelos Comitês Populares da Copa, articulações que estão sendo feitas em várias cidades brasileiras. Eles [os comitês] estão muito mais focados em outros aspectos, como a questão habitacional. "Então nós somos aqueles que vão lá chamar a atenção para o tema. Ainda estamos em processo de planejamento, mas nós queremos somar esforços na sociedade para dar um basta nessa questão”, acrescenta.

Campanha da Fraternidade

Enquanto isso, a Rede Um Grito Pela Vida segue pleiteando, junto à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade 2014 contra o tráfico de pessoas. Para isso a Rede continua com a campanha de coleta de assinaturas para fazer a reivindicação junto à Conferência. Irmã Eurides explica que o tema da Campanha da Fraternidade é definido dois anos antes de ela ser lançada. Sempre são assuntos de relevância social e geralmente um abaixo-assinado é apresentado à CNBB em favor daquele tema.

"Nós tentamos o tráfico de pessoas para 2013, mas a Pastoral da Juventude chegou na frente. E como vai ter a Jornada Mundial da Juventude nesse mesmo ano, os bispos decidiram que 2013 será o ano de tratar da juventude. Uma vez que o tema seja aprovado na CNBB, organizaremos a equipe que estará à frente da Campanha”, explicou.

Outra ação é o Grupo de trabalho (GT) dos dias 23 e 24 de fevereiro entre a Rede e a Pastoral da Mobilidade Humana da CNBB, encontro que tem por objetivo discutir a mobilidade humana, o trabalho escravo e como promover a integração desses temas.

Copa 2014

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 acontecerá no Brasil entre os dias 12 de junho e 13 de julho. As 12 cidades-sede em que o evento acontecerá são Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Segunda a imprensa brasileira, a estimativa é de que a Copa atraia entre 500 mil e 600 mil turistas estrangeiros, durante o período dos jogos.

Dados sobre tráfico no mundo

Entidades que atuam no combate ao tráfico de pessoas em todo o mundo estimam que esse crime esteja entre as três atividades ilícitas mais lucrativas do mundo, gerando lucros que giram em todo de US$ 32 milhões. Cifra que é superada pelo tráfico de armas e pelo de drogas.

Não se tem números exatos, mas existem estimativas de quantas pessoas são vítimas de tráfico no mundo. No final de 2011 a Organização das Nações Unidas divulgou que cerca de 2,45 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas deste crime

FONTE: www.adital.com.br/jovem/noticia

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprova Estatuto da Juventude

A juventude brasileira comemora mais um passo para a conquista de seus direitos. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal brasileiro aprovou, no início da tarde desta quarta-feira (15), o Estatuto da Juventude (PLC 98/11). Vitória comemorada por jovens e movimentos juvenis de todo o país. O projeto agora segue para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e ainda será analisado nas comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Após três horas de discussão, os senadores da CCJ aprovaram o Estatuto por unanimidade. Em declarações à Agência Senado, Randolfe Rodrigues, relator do projeto, destacou a importância da aprovação da matéria. "Fizemos a mediação possível para consolidar os direitos da juventude. É uma conquista histórica da juventude brasileira”, afirmou.

O Estatuto, aprovado em outubro passado na Câmara dos Deputados, tramita há três meses no Senado Federal. Na CCJ, recebeu emendas de Randolfe e dos senadores Aloysio Nunes, Flexa Ribeiro, Álvaro Dias, Demóstenes Torres e Pedro Taques.

Alguns pontos do projeto, entretanto, geraram polêmica, como as carteiras de estudante. Alguns senadores questionaram a exclusividade da confecção das identidades estudantis, a qual ficaria a cargo apenas da Associação Nacional de Pós-Graduando (ANPG), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e entidades estudantis filiadas. O impasse foi resolvido com a retirada do termo que garantia a exclusividade das três entidades.

Dentre as vitórias, está a garantia da meia-entrada em eventos culturais, artísticos e esportivos para estudantes e para jovens de baixa renda. De acordo com o projeto, a meia-entrada será garantida em 40% dos ingressos de eventos financiados somente com recursos privados e 50% dos ingressos de eventos que tenham verbas públicas.

Outro destaque é a reserva de vagas em transportes coletivos interestaduais. As empresas terão de reservar duas vagas gratuitas por veículo para jovens entre 15 e 29 anos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos e outras duas vagas com desconto de 50% para pessoas na mesma situação.

Comemoração

A aprovação do Estatuto da Juventude nesta quarta-feira (15) movimentou as redes sociais. Durante alguns momentos desta tarde, a "hashtag” #EstatutodaJuventude ficou entre os assuntos mais mencionados no Twitter. Em sua conta no microblog, a UNE destacou a data como histórica. "Dia histórico: aprovado o #EstatutodaJuventude na Comissão de Constituição e Justiça do Senado!”, comemorou.

O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) também aproveitou a rede social para celebrar a aprovação: "#EstatutodaJuventude aprovado na CCJ do Senado. Vitória da juventude brasileira, da sua pluralidade, da sua ousadia e capacidade de lutar!”. Organizações sociais ligadas à comunicação, como a Viração e a Cipó – Comunicação Interativa também parabenizaram os jovens pelo microblog.
Com informações de Agência Brasil e Agência Senado.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Oração da Campanha da Fraternidade 2012

Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Bispos pedem a Obama anulação de reforma pró-aborto

Da Redação, com ACI Digital

Os bispos católicos dos Estados Unidos (USCCB) solicitaram ao governo do presidente Barack Obama a total revogação do mandato abortista. Segundo os bispos, o mandatário tentou "remendar" a decisão que obriga os empregadores (incluindo entidades religiosas) a pagar planos de saúde para os seus empregados que incluam fármacos anticoncepcionais, métodos de esterilização e abortivos.

Na sexta-feira, 10, Obama anunciou uma leve modificação, não muito clara, ao mandato do 20 de janeiro, que em sua opinião agora se acomoda à liberdade religiosa embora siga incluindo os anticoncepcionais e abortivos. Os bispos, por sua vez, responderam que estudariam a proposta.

Na noite de sexta-feira, num segundo comunicado, os bispos precisaram sua posição e solicitaram a total revogação do mandato e pediram aos católicos de todo o país "unir-se a este esforço de proteger a liberdade religiosa e o direito à objeção de consciência de todos".

No texto, os prelados da USCCB denunciam que estes planos de saúde, aos quais se opõem, tratam a gravidez como se fosse uma doença quando não é.

"Além disso, os planos que obrigam a cobrir abortivos violam as leis federais sobre objeção de consciência. Por isso, solicitamos a anulação de todo o mandato", ressalta o comunicado dos bispos.
O comunicado explica que com seu anúncio de 10 de fevereiro, o presidente Obama tentou impor uma "grave carga moral" aos católicos ao obrigá-los a atuar contra sua liberdade religiosa e de consciência. Para os bispos esta decisão é "inaceitável e deve ser corrigida".

"Seguiremos, obviamente, fazendo pressão para proteger da melhor maneira possível o direito à objeção de consciência por parte do Poder Executivo", acrescentam os bispos que denunciam "a intrusão do governo nas instituições religiosas que ameaçam os grupos religiosos violando suas convicções mais profundas".
"Em uma nação dedicada à liberdade religiosa como um de seus princípios fundamentais, não devemos estar limitados a negociar dentro destes parâmetros. A única solução completa a este problema de liberdade religiosa que se rescinda o mandato sobre estes serviços objetáveis", afirma ainda o texto.

Escolhido o novo Núncio Apostólico para o Brasil



A Nunciatura Apostólica acaba de informar que o papa Bento XVI escolheu o novo Núncio Apostólico para o Brasil, sucedendo a dom Lorenzo Baldisseri. Trata-se do atual núncio da Tailândia e Camboja e Delegado Apostólico em Myanmar e Laos, dom Giovanni D’Aniello.

Dom Giovanni tem 57 anos, nasceu em Aversa (Itália), foi ordenado sacerdote em dezembro de 1978. É doutor em Direito Canônico. Ingressou no Serviço Diplomático da Santa Sé em 1983, tendo desempenhado a sua atividade junto às Representações Pontifícias do Burundi, Tailândia, Líbano, Brasil e Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, no Vaticano.
Foi nomeado Núncio Apostólico na República Democrática do Congo, em 2001, e em 2010, foi transferido para a Tailândia e Camboja.

Dom Lorenzo Baldisseri, que foi nomeado secretário para a Congregação para os Bispos, no Vaticano, escreveu uma nota em que agradece ao povo brasileiro, e em especial, aos bispos do Brasil por sua acolhida. “Ao concluir minha missão de Núncio Apostólico no Brasil, confio a estas linhas as expressões dos meus sentimentos de gratidão a todo o episcopado, ao clero e aos fiéis que me acompanharam durante estes nove anos aqui transcorridos, e por me terem facilitado o cumprimento do meu mandato”, disse dom Lorenzo.

Fonte: CNBB

Lançada a logomarca oficial da JMJ Rio2013




Na noite dessa terça-feira, 7 de fevereiro, foi lançada a logomarca oficial da próxima Jornada Mundial da Juventude. O evento contou com a presença de padres, bispos, leigos, autoridades do estado, inclusive, com o Governador do Rio, Sérgio Cabral. Dom Orani, arcebispo do Rio de Janeiro, falou a respeito do processo de seleção e da importância de se levar um evento como a JMJ para o Brasil e, especialmente, para a cidade carioca. O design da marca é alegre, colorido e possui as cores do Brasil. A JMJ 2013 será realizada de 23 a 28 de julho de 2013, na capital fluminense, e atrairá jovens de todo o mundo para o encontro com o Papa Bento XVI.

O lançamento contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, do prefeito da cidade, Eduardo Paes, do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Dom Raymundo Damasceno, do secretário da Congregação para os Bispos no Vaticano, Dom Lorenzo Baldisseri, e de cerca de 100 bispos do Brasil e exterior, além de diversas autoridades e representantes da sociedade.

O diretor geral da Promocat Marketing Integrado e responsável pelas negociações com a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e com a Arquidiocese do Rio de Janeiro para a realização da feira ExpoCatólica como evento oficial da JMJ 2013, Fábio Castro, elogiou a logo selecionada por possuir tecnicamente todos os elementos necessários para que a logomarca componha de forma eficaz a identidade visual do evento. “Foi uma escolha assertiva, uma logotipia leve, com traços suaves e, ao mesmo tempo, modernos”, disse.

Na logomarca foi utilizada a imagem do Cristo Redentor juntamente com as cores da bandeira nacional. “Não poderiam deixar de fora o maior símbolo da Brasil que também é católico e da Igreja Católica”. Na marca há o detalhe do coração, que remete imediatamente ao coração de Cristo, acolhedor e gratuito, simples e direto. “É uma marca que traz em si várias mensagens cristãs, basta um olhar amplo” concluiu Castro.

A JMJ, em 2013, deve trazer ao país, de acordo com o Ministério do Turismo, entre 1,5 milhão e dois milhões de turistas, de mais de 170 países. "Jovens de todos os continentes vão vir para o Rio de Janeiro. Será um evento marcante e o Governo do Estado vai trabalhar para que a nossa Jornada seja a melhor da história", disse o governador
Sérgio Cabral.

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro Eduardo Paes acredita que o encontro aquecerá a economia da região. "A cidade tem a oportunidade de fazer uma das melhores Jornadas de todos os tempos. Temos a chance de aquecer nossa economia e aumentar os números do nosso turismo”, afirmou.

A última JMJ teve Madri como sede, e foi beneficiada com mais de 354 milhões de euros. A comunidade de Madrid estimou que a JMJ gerou um incremento de 147 milhões de euros no Produto Interno Bruto da localidade. "Quando estive em Madri fiquei maravilhado com tudo que aconteceu lá. O evento tem um padrão diferenciado, a cidade estava lotada.", lembrou Eduardo Paes.

O processo de seleção

Para selecionar a logomarca foi lançado no dia 27 de setembro de 2011 com o edital do concurso para escolher o símbolo da JMJ. Mais de 200 trabalhos enviados de todas as partes do mundo chegaram ao Comitê Organizador Local (COL) e demonstraram, além de criatividade e técnica, a força da fé e da alegria da juventude católica. No dia 31 de outubro, começou o processo de seleção. As logomarcas foram avaliadas por um grupo de designers, por uma comissão do Setor Juventude e também pelos setores pastoral e presidência do COL. Em 13 de dezembro duas logos finalistas foram apresentadas ao Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), em Roma, que escolheu a vencedora em comum acordo com os representantes do Comitê Organizador Local.

Do site da CNBB

Mensagem do Papa Bento XVI para a 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2012

Boletim da Santa Sé


«As vocações, dom do amor de Deus»
Mensagem do Papa Bento XVI para a 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Amados irmãos e irmãs!

O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal a que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.

Vaticano, 18 de Outubro de 2011.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A consagração, instrumento da nova evangelização



Vem e segue-me: lema da Jornada Mundial da Vida Consagrada

MADRI - No próximo dia 2 de fevereiro, festa da Apresentação de Jesus no templo, a Igreja reza e dá graças por aqueles que dedicam toda a sua vida para o serviço do Reino. Desde 1997, por iniciativa do Beato João Paulo II, celebra-se nesse dia a Jornada Mundial da Vida Consagrada.


"Nesse dia olhamos para a vida consagrada e para cada um dos seus membros como um dom de Deus à Igreja e à humanidade", disse na apresentação da Jornada monsenhor Vicente Jiménez Zamora, Bispo de Santander e presidente da Comissão Episcopal para a Vida Consagrada.
"Juntos - acrescenta - agradecemos a Deus pelas Ordens e Institutos religiosos dedicados à contemplação ou ao apostolado, pelas Sociedades de Vida Apostólica, pelos Institutos Seculares, pela Ordem das Virgens, pelas novas formas de Vida Consagrada ".
O lema escolhido para este ano é: "Vem e segue-me" (Mc 10, 21). O bispo lembra que esta Jornada acontece depois da celebração da Jornada Mundial da Juventude em Madri e no horizonte do próximo Sínodo dos Bispos sobre o tema: a nova evangelização para a transmissão da fé cristã (Roma, 7-28 de outubro de 2012).
"A nova evangelização, à qual a Igreja nos convida - diz ele - é primeiramente um desafio espiritual para sair da indiferença. Depende em grande medida da credibilidade da nossa vida e da convicção de que a graça de Deus trabalha e transforma até converter os corações. A nova evangelização pede novos evangelizadores. "
"As pessoas consagradas são chamadas pela sua vocação - acrescenta Dom Jiménez Zamora - consagração e missão de viver um estilo de vida, que requer, em primeiro lugar, a santidade de vida à qual toda a Igreja está chamada. Este estilo se manifesta visivelmente nos conselhos evangélicos vividos em comunidade. Através deles se manifesta a radicalidade e a novidade do seguimento de Jesus Cristo. A consagração é, assim, instrumento de nova evangelização".
Lembra as palavras do Beato João Paulo II, na exortação apostólica Vita Consecrata: "As pessoas consagradas, em virtude de sua vocação específica, são chamadas a manifestar a unidade entre auto-evangelização e testemunho, entre renovação interior e apostólica, entre ser e atuar, destacando que o dinamismo surge sempre do primeiro elemento do binômio."
E concluiu com uma citação do Papa Bento XVI que, no Encontro com jovens religiosas, na Jornada Mundial da Juventude, ao falar sobre a natureza radical da vida consagrada, dizia: "Queridas irmãs, este é o testemunho da santidade para a qual Deus vos chama, seguindo muito de perto e sem condições a Jesus Cristo na consagração, comunhão e missão. A Igreja precisa da vossa fidelidade jovem enraizada e edificada em Cristo. Obrigado pelo vosso "sim" generoso, total e perpétuo ao chamado do Amado. Que a Virgem Maria sustente e acompanhe vossa juventude consagrada, com o vivo desejo de que interpele, incentive e ilumine a todos os jovens”.



Fonte: Zenit

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Escolhida nova data para o lançamento oficial da logomarca JMJ RIO2013




Está confirmada a nova data do lançamento oficial da logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ RIO2013). A cerimônia será realizada no dia 7 de fevereiro, às 20h, no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica a sede do Comitê, e contará com a presença de mais de 100 bispos de todo o Brasil, além de autoridades e representantes da sociedade.
Na ocasião, o presidente do Comitê Organizador Local (COL/Rio) e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, irá apresentar também o autor da logo, que foi escolhida através de concurso.
A expectativa é grande em torno da divulgação do símbolo de um dos maiores eventos que o Brasil irá sediar. Para aumentar a ansiedade e curiosidade, na véspera do evento, dia 6, o Cristo Redentor será iluminado com as cores de 150 países que deverão participar da JMJ RIO2013. Com isso, o próprio “embaixador” da Jornada fará o convite aos jovens do mundo inteiro para conhecerem a logomarca.
O lançamento, previsto anteriormente para o dia 1º de fevereiro, foi adiado em atenção e solidariedade a todos os familiares das vítimas do desabamento dos três prédios no Centro do Rio, na última quarta-feira, dia 25 de janeiro. Em nota, dom Orani manifestou seu pesar e conclamou a todos que rezem pelos falecidos, feridos e famílias atingidas pela dor que também é de toda a Arquidiocese. Durante a cerimônia de lançamento da logo, será feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia.

Seleção

Para chegar a identidade visual do evento foi percorrido um longo caminho, iniciado no dia 27 de setembro de 2011, com o lançamento do edital do concurso para escolher a logo oficial. Mais de 200 trabalhos enviados de todas as partes do mundo mostraram, além de criatividade e técnica, a força da fé e da alegria da juventude católica.
Após o encerramento do concurso, no dia 31 de outubro, começou o processo de seleção, onde as logomarcas foram avaliadas por um grupo de designers, por uma comissão do Setor Juventude e também pelos setores pastoral e presidência do COL.
No dia 13 de dezembro as logomarcas finalistas foram apresentadas ao Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), em Roma, que escolheu a vencedora em comum acordo com os representantes do Comitê Organizador Local.
A Jornada Mundial da Juventude, que se realiza anualmente nas dioceses de todo o mundo, prevê a cada dois ou três anos um encontro internacional de jovens com o papa durante aproximadamente uma semana. A última edição da JMJ foi realizada em agosto de 2011, na cidade de Madri, na Espanha, e reuniu centenas de milhares de jovens de mais de 190 países.

Fonte: CNBB