sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Saúde pública será o tema da Campanha da Fraternidade de 2012



O objetivo geral da Campanha da Fraternidade 2012 é promover ampla discussão sobre a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas da área, para contribuir na qualificação, no fortalecimento e na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), em vista da melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população






Hino da CF 2012

Roberto Lima de Souza




1- Ah! Quanta espera, desde as frias madrugadas,
Pelo remédio para aliviar a dor!...
Este é teu povo, em longas filas nas calçadas,
A mendigar pela saúde, meu Senhor!


REFRÃO: Tu, que vieste pra que todos tenham vida, (Jo 10,10)
Cura teu povo dessa dor em que se encerra;
Que a fé nos salve e nos dê força nessa lida, (Cf.Mc 5,34)
E que a saúde se difunda sobre a terra! (Cf. Eclo. 38,8)


2 – Ah! Quanta gente que, ao chegar aos hospitais,
Fica a sofrer sem leito e sem medicamento!...
Olha, Senhor, a gente não suporta mais
Filho de Deus com esse indigno tratamento!


3 - Ah! Não é justo, meu Senhor, ver o teu povo
Em sofrimento e privação quando há riqueza!
Com a tua força, nós veremos mundo novo, (Ap. 21, 1-7)
Com mais justiça, mais saúde, mais beleza!


4 - Vê que a saúde está na grande escuridão,
Fica conosco nessa noite, meu Senhor, (Cf. Lc. 24, 29)
Tu que enxergaste, do teu povo, a aflição
E que desceste pra curar a sua dor. (Cf. Ex. 3,7-8)


5 - Protege a todos que trabalham na Saúde
Com a compaixão daquele bom samaritano, (Lc. 10, 25-37)
Que se converta esse trabalho na Virtude
De um tratamento, para o povo, mais humano!


6- Vem, povo todo, que o Senhor é nossa luz,
É nossa força e toda a nossa salvação! (Cf. Sl. 27, 1)
Que trabalhemos todos juntos, com Jesus,
Pela saúde de quem sofre em aflição!...

FORMAÇÃO: Juventude, é preciso acreditar




O desenvolvimento de nossa personalidade se dá no conflito e no confronto diário de nossas relações intrapessoais e interpessoais tais como: comigo mesmo; com os outros; com o mundo e com o Transcendente.

Devemos descobrir e apontar quais são os nossos sonhos, ideais e utopias que carregamos. Questionarmos em que mundo estamos? Darmos conta quais são as razões concretas de nossas esperanças? Digamos que esse é o primeiro passo para identificar e enfocar os nossos princípios básicos. O que realmente acreditamos para fazermos a diferença na sociedade.

Não é fácil desenvolver o caminho da construção do eu, ou seja, de nossa identidade juvenil. A pergunta que fazemos qual é o sentido do autoconhecimento? Às vezes confundimos como: uma pessoa, um indivíduo, um cidadão, um sujeito, não sabemos qual é o melhor conceito? Ou tudo é mesma coisa? Será que todos estão comprometidos com a vida do ser humano?

A auto-realização se dá na interação do sujeito e com o objeto. Quanto mais intensificarmos os significados de nossa existência, a experiência do sentido terá mais lucidez e eficácia.

Ser jovem hoje exige busca de informação de tudo o que acontece no mundo pós-moderno e globalizado. O grande desafio hoje está nos valores e estes, estão em crise. A alternativa da crise é tirar o “s” da crise e crie uma possibilidade fiel e criativa de fazer a mesma coisa de modo diferente de ser mais ousado e empreendedor.

A pós-modernidade nos faz pensar e nos organizar para que tenhamos cada vez mais direcionamento vocacional e exige capacitação e competência profissional na formação de valores tanto morais, éticos, estéticos, culturais, sociais, econômicos, políticos e religiosos com argumentos comprometidos coerentes e fiéis às potencialidades que possuímos e queremos desenvolver, com filosofia própria de vida e no serviço do resgate da cidadania.

O sistema capitalista está aí com sistema de ideologia própria, total e única com seus próprios interesse de apropriação, exploração e dominação de tudo e de todos, um só “céu” e uma só “terra” tanto dos recursos materiais e humanos, uma dimensão sem fronteiras, sem divisões e sem limites, liberdade individual (liberalismmo) e sem oposição ideológica. Seu maior objetivo é formar no mundo um único bloco econômico capitalista, que todos sejam “iguais” e que na verdade alguns são mais “iguais” do que outros. Isso é injustiça e o poder fica na mão apenas de alguns. Onde mais ou menos 20% da população mundial retêm 80% da riqueza do mundo e sendo que 80% da população têm 20% da riqueza.

O sistema NEOLIBERAL está aí. Um novo para ratificar o “novo” que vem e pronto. O que vamos fazer, juventude!?Nossa atitude muda o mundo; o modo como vemos o mundo é muito mais importante do modo do que o mundo é. O mundo vai ser melhor quando eu for melhor

Juventude, a concepção de mundo que eu tenho é muito importante. Qual é a sua? O que fazer? Quais as razões e ações para fazer a diferença? Mudar o sistema não resolve, fazer revolução não soluciona, derrubamos o capitalismo e oferecer o que em troca? Começarmos de pequeno no exercício participativo, cooperativo e solidário, que seja um processo democrático que comece na família entre pais e filhos, depois para comunidade e sociedade.

Os jovens sentem-se mais apoiados e seguros quando os adultos se dispõem a conversar e a dar conselhos; ficam mais autônomos quando são chamados a dar opinião sobre questões importantes; aprendem noções de ética se são incentivados a discutir valores pessoais; e constroem melhor a própria identidade quando aprendem sobre tradições com os mais velhos. Eis uma solução.

Outro desafio e ter uma visão integradora e solidária. Saber organizar e cooperar com responsabilidade e com comprometimento, pensar naquilo que acreditamos e sonhamos para a melhor qualidade de vida. Sem drogas, sem doenças sexualmente transmissíveis – aids... ter saúde física, mental e espiritual.

O nosso olhar crítico dever ser alargado e dizer não para os canais abertos de TV ou outros meios de comunicação social, que incitam os jovens a se tornarem consumidores compulsivos e afetivos – sexuais dependentes.

Que a juventude seja unida nas diversas diferenças culturais e sociais. Pensarmos globalmente e agir localmente. Ter a permanente humildade de nossas convicções e está assessorando-se no intuito de unir forças, necessidades, desejos, sonhos e esperanças. Ninguém é melhor do que todos nós juntos. Cativando-se e deixando-se cativar por aqueles que nos querem bem e por aqueles que nos desafiam na oportunidade de crescer. A nossa missão é estimular outros jovens que por vezes perderam os seus referenciais e o seu sentido de vida. Que todos tenham mais vida e vida em plenitude.

Pensemos que hoje nós podemos fazer o melhor de nós, para que amanhã ao olharmos o passado, chegarmos à conclusão de que a nossa vida realmente valeu a pena ter sido vivida. Mas o que fazer para mudar? Tomemos hoje a decisão de mudar a nossa vida. Definir quais são os nossos objetivos, sonhos mais ardentes, ambições e lutemos por eles. Usemos as ferramentas que temos à mão. Aproveitemos as oportunidades.

[Por Luciano Osmar Menezes. Texto produzido durante o curso de Especialização em Juventude Contemporânea - Unisinos]

Maria, coração educador da fé!





Milhares de corações: pulsando!
No Santuário e no Brasil preparando festa! Bombeando vida! O coração: “máquina” da vida! Se ele às vezes não vai bem, é possível talvez reparar suas funções cardiovasculares. Conhecimentos médicos preservam a saúde do coração humano. Recursos técnicos tonificam sua estrutura e seus vasos sanguíneos. Mas aqui o que nos interessa não é a biologia do órgão e sim a simbologia.

Órgão essencial do corpo humano o coração é na Bíblia o símbolo da centralidade da pessoa, o núcleo do seu ser. É fonte simbólica do caráter, das emoções, dos sentimentos, enfim, da vidaem plenitude. Nissoestá em relação direta com a Palavra de Deus, com a revelação de seu amor.

Um olhar bíblico contemplativo e orante inspira as mensagens da Novena de Nossa Sra. Aparecida, este ano. Maria, reflexo do coração materno de Deus! Rezamos com ela e sua ternura de mãe nos introduz no coração de Deus. Leva-nos bem pertinho da sua santidade, faz-nos mergulhar no seu amor misericordioso. O coração materno de Maria – enquanto reflexo do ser de Deus- é educador da nossa fé! Eis o tema do 5º dia da Novena! Toda mãe educa os filhos com o amor de seu coração. Dele brotam as palavras, os conselhos, os avisos etc.

É ele a fonte primeira das intuições educativas das mães. É o que faz Maria no seu papel no mistério de Jesus. Maria deixou-se educar nos caminhos do Senhor. O fato bíblico da Anunciação no Evangelho de Lucas, a cena do diálogo com o anjo Rafael, nos mostra o processo do discernimento da jovem Maria. Ela modelou seu coração, moldou sua vida conforme a Palavra do Senhor. Este é o significado do sim à encarnação de Jesus em seu seio. Aí ela entrou de coração no mistério de Jesus e foi sua primeira ouvinte. Mãe do Verbo. Mestra do Filho.

Sua maior discípula. Ela alcançou o máximo grau na educação da fé: compreendeu a Palavra de Deus e viveu-a totalmente. Por isso, os apóstolos viram nela a pessoa que mais retratava a fisionomia de Jesus, o seu jeito de ser, o coração terno do Bom Pastor. Mais do que todos ela aprendeu de Jesus a mansidão e a humildade de coração. Pode então, lá do céu, nos conscientizar, guiar e educar na fé, no amor, na justiça de Deus. Tem sido difícil deixar-nos educar nas coisas de Deus, na fé incondicional nele, na vivência de seu amor! Vivemos mergulhados numa sociedade que privilegia ricos e poderosos discriminando humildes e pobres. Sufoca-nos a desonestidade. A pornografia asfixia os mais nobres valores e deseduca os sentimentos mais elevados campeando sem pudor na grande mídia. Não está fácil trabalhar, progredir, seguir Jesus respirando esse clima moral tão desumano, corrompido e deseducativo.

Mas, a educação da fé e na fé não cai do céu! Não é tarefa do governo laico. Nem a garantem Legislativos e Tribunais, mesmo ostentando o crucifixo em suas paredes. A educação da fé e na fé surge através dos exemplos dos pais e mães na família. Na fidelidade aos valores matrimoniais. Na cultura do respeito que acolhe a vida do feto no ventre materno e pode sustentá-la e educa-la no exercício da cidadania para que seja sadia no corpo, digna e santa aos olhos de Deus. A educação da fé e para a fé é a que realmente promove o adolescente, o jovem, o adulto.

Educação que é fonte de alegria libertadora e transformadora. Por ela passam e se transmitem as veias vitais, o sangue da vida plena em todas as suas legítimas manifestações.

A primeira comunidade cristã foi educada na fé em Jesus perseverando na oração comum junto com Maria. A oração intensa da Novena aqui no Santuário da Mãe Aparecida se multiplica pelo Brasil afora saciando a sede do amor de Deusem nós.

A Novena é um “choque de evangelização” para o povo cristão. Contemplando Maria, a mãe da Igreja que somos com seu Filho, ouvimos as batidas de seu coração forte, reflexo vivo da sua vida de comunhão com Deus. Ela foi modelo de fé no início. E é hoje!

Que ela possa transplantar em nós o seu coração dócil e resoluto no seguimento de Jesus! Que venha nos curar e libertar nossa vida espiritual das vaidades e ambições. Revigorados pelo pulsar do seu coração materno que ela nos ajude como aos apóstolos a perseverar na oração humilde e confiante nesta peregrinação até o céu. Amém!

Padre Antônio Clayton Sant’Anna – CSsR

O sacerdote no século 21, segundo cardeal Piacenza




“Dispensadores dos mistérios de Cristo” e “sinais seguros de referência e de esperança para quem procura a plenitude, o sentido, o fim, a felicidade”. O prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Mauro Piacenza, traçou um perfil do sacerdote do século XXI, diante do clero de Los Angeles, onde está participando, a convite do novo arcebispo, da reunião anual de padres hispânicos nos Estados Unidos.

“Num mundo anêmico de oração e de adoração, o sacerdote é, em primeiro lugar, o homem da oração, da adoração, do culto, da celebração dos santos mistérios. Num mundo imerso em mensagens consumistas, pansexuais, atacado pelo erro, apresentado nos aspectos mais sedutores, o sacerdote deve falar de Deus e das realidades eternas, e, para fazê-lo com credibilidade, deve ser apaixonadamente crente, como também limpo”.

Segundo o prefeito da Congregação para o Clero, “o sacerdote deve dar a impressão de estar em meio às pessoas como quem parte de uma lógica e fala uma língua diferente dos outros”.

“Ele não é como os outros. O que se espera dele é precisamente que não seja como os outros.”

Uma resposta
Em referência ao contexto atual, o cardeal afirmou que “num mundo de violência e egoísmo, o sacerdote deve ser o homem da caridade”.

“Das alturas puríssimas do amor de Deus, do qual ele tem uma particularíssima experiência, desce até o vale onde muitos vivem a solidão, a incomunicabilidade, a violência, para lhes anunciar misericórdia, reconciliação e esperança”.

“O sacerdote responde às exigências da sociedade, fazendo-se voz de quem não tem voz: os pequenos, os pobres, os velhos, oprimidos, marginalizados”, continuou. “Não pertence a si mesmo, e sim aos outros; compartilha as alegrias e as dores de todos, sem distinção de idade, categoria social, procedência política, prática religiosa. É o guia da porção do povo que lhe foi confiada, pastor de uma comunidade formada por pessoas”, em que cada uma tem um nome, uma história, um destino, um segredo.

Missão
O cardeal Piacenza também falou da missão do sacerdote no século XXI, que corresponde “a uma vocação eterna que se realiza na plena comunhão com Deus”.

“Tem a difícil tarefa, mas eminente, de guiar as pessoas com a maior atenção religiosa e com o escrupuloso respeito da sua dignidade humana, do seu trabalho, dos seus direitos”, destacou.

“O sacerdote não duvidará em entregar a vida, seja numa breve, mas intensa temporada de dedicação generosa e sem limites, ou numa doação cotidiana, longa. O sacerdote deve proclamar ao mundo a mensagem eterna de Cristo, na sua pureza e radicalidade”, afirmou em outro momento.

E completou: “Não deve rebaixar a mensagem, mas confortar as pessoas; deve dar à sociedade, anestesiada pelas mensagens de alguns diretores ocultos, detentores dos poderes que se impõem, a força libertadora de Cristo”.

Modelo de estabilidade
Segundo Piacenza, “um sacerdote deve ser ao mesmo tempo pequeno e grande, nobre de espírito como um rei, simples e natural como um plebeu”.

O sacerdote tem que ser “um herói na conquista de si, o soberano dos seus desejos, um servidor dos pequenos e fracos; que não se humilha perante os poderosos, mas se inclina perante os pobres e pequenos, discípulo de seu Senhor e cabeça de sua grei”.

Ao se dirigir aos sacerdotes da arquidiocese, o purpurado destacou os resultados de uma pesquisa sobre Dachau. Segundo os sobreviventes desse campo de concentração nazista, em meio àquele inferno, os que se mantiveram equilibrados por mais tempo foram os sacerdotes católicos.

O cardeal Piacenza explicou como: “Porque eles eram conscientes da sua vocação, tinham sua escala hierárquica de valores, sua entrega ao ideal era total, eram conscientes da sua missão específica e dos motivos profundos que a sustentavam”.

O purpurado também falou da necessidade de sacerdotes íntegros no contexto atual, caracterizado pela instabilidade na família, no trabalho, nas instituições. “O sacerdote deve ser, constitucionalmente, um modelo de estabilidade e de maturidade, de entrega plena ao seu apostolado”.

Vida e ministério
Diante da “secularização, gnosticismo, ateísmo em suas várias formas”, que “estão reduzindo cada vez mais o espaço do sagrado”, e diante da desordem moral e da pobreza espiritual, “a vida e o ministério do sacerdote ganham importância decisiva e urgente atualidade”.

Segundo o prefeito da Congregação para o Clero, “o verdadeiro campo de batalha da Igreja é a paisagem secreta do espírito do homem, e não se entra ali sem muito tato, compunção, além da graça de estado prometida pelo sacramento da ordem”.

O purpurado também advertiu: “A Igreja é capaz de resistir a todos os ataques, a todos os assaltos que as potências políticas, econômicas e culturais podem desencadear contra ela, mas não resiste ao perigo que provém do esquecimento desta palavra de Jesus”.

Finalmente, perguntou “de que serviria um sacerdote tão semelhante ao mundo que se tornasse um padre mimetizado e não fermento transformador?”.

“Não se pode dar um presente mais precioso a uma comunidade do que um sacerdote segundo o coração de Cristo. A esperança do mundo consiste em contar, também para o futuro, com o amor de corações sacerdotais límpidos, fortes e misericordiosos, livres e mansos, generosos e fiéis”, afirmou.

E exortou os padres a ficarem unidos e serem santos: “Além das inquietações e contestações que agitam o mundo, e são sentidas também dentro da Igreja, há forças secretas, escondidas e fecundas em santidade”.

Fonte: Zenit