terça-feira, 4 de outubro de 2011

RETIRO DE JOVENS JMJ

Outubro: mês das missões - Discípulos Missionários: Ide e A-nunciai! .



Celebramos no Domingo dia 23 de outubro próximo, o 85º Dia Mundial das missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária. Para esta ocasião, o Papa Bento XVI enviou uma Mensagem, na qual recorda que, no jubileu do Ano 2000, "o Venerável Papa João Paulo II, no início de um novo milênio da era cristã, reiterou com força a necessidade de renovar o compromisso de levar a todos o anúncio do Evangelho, com o mesmo entusiasmo da primeira ho-ra" (Novo Millennio Ineunte, 58). O Dia Mundial das missões reaviva em cada um o desejo e a alegria de "ir" ao encontro da humanidade levando Cristo a todos" conclui Bento XVI. Em nosso Continente, a igreja tem consciência clara da necessidade da Mis-são. O Documento de Aparecida assim inicia: "Com a luz do Senhor Ressusci-tado e com a força do Espírito Santo, nós os bispos da América nos reunimos em Aparecida, Brasil, para celebrar a V Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Fizemos isto como pastores que querem seguir esti-mulando a ação evangelizadora da Igreja, chamada a fazer de todos os seus membros discípulos e missionários de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, para que nossos povos tenham vida nEle" (DAp, 1). "Esse despertar missionário, na forma de missão continental, procurará colo-car a Igreja em estado permanente de missão. Levemos nossos navios mar a dentro, com o poderoso sopro do Espírito Santo, sem medo das tormentas, seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas. Recobremos o "fervor espiritual". Conservemos a doce e confortadora alegria de evangelizar, inclusive quando é necessário semear entre lágrimas. Recupe-remos o valor e a audácia apostólicos" (DAp, 551-2). E a Igreja no Brasil propõe nas "Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015" este Objetivo Geral: "Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja Discípula, Missionária e Profética, alimen-tada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da profética opção preferen-cial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino Definitivo". Em nossa Diocese, as "DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA E PASTORAL NA DIOCESE DE SANTOS" nos convocam a "EVANGELIZAR, a partir do Encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pes-soa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, "para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). A Diocese de Santos, em missão permanente, estabeleceu o Ano Missionário 2010-2011, com oração própria e o lema: "Escuta, Segue e Anuncia". Pontos fortes deste ano missionário foram a Festa de Cristo Rei. Neste ano, por e-xemplo, a Festa de Cristo Rei será no dia 20 de novembro próximo, com o te-ma: "DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS DO BOM PASTOR", e o lema: "ANUNCI-AMOS SEU REINO DE PAZ, JUSTIÇA E FRATERNIDADE". "O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai, Por isso, pede a seus dis-cípulos: Proclamem que está chegando o Reino dos Céus" (Mt 10,7). "Assu-mimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente, que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permi-tam converter cada cristão em discípulo missionário. Necessitamos desenvol-ver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de forte como-ção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indife-rença... Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num podero-so centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos em um novo pentecostes que nos livre do cansaço, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança" (DAp, 362). "Nós somos agora, na América Latina e no Caribe, seus discípulos e discípu-las, chamados a navegar mar adentro para uma pesca abundante. Trata-se de sair de nossa consciência isolada e nos lançarmos com ousadia e confiança, à missão de toda a Igreja" (DAp, 363). "Fixamos o olhar em Maria e reconhecemos nela a imagem perfeita da discípu-la missionária. Ela nos exorta a fazer o que Jesus nos diz (cf. Jo 2,5). Junto com ela, queremos estar atentos uma vez mais à escuta do Mestre, e ao redor dela, voltarmos a receber com estremecimento o mandato missionário de seu Filho: "Vão e façam discípulos todos os povos" (Mt 28,19, in DAp, 364). Nossa Senhora do Rosário interceda para que nossa Diocese se mantenha ativa na missão, em todas as Regiões Pastorais, Paróquias e Comunidades!

Dom Jacyr Francisco Braido, CS
Bispo Diocesano de Santos - SP

JMJ no Brasil vai estimular espírito misionário do jovem, diz Dom Eduardo .


MADRI - O presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Juventude, dom Eduardo Pinheiro da Silva, acompanhou de perto o processo para que o Brasil pudesse sediar uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A boa notícia veio quando o Papa Bento XVI anunciou, que a Jornada será em 2013 e no Rio de Janeiro.Dom Eduardo conversou com a equipe do Jovens Conectados sobre o que a Igreja do Brasil espera da JMJ no Rio, sobre a participação da juventude e sobre os primeiro passos a serem dados na organização do evento. Muito feliz com a decisão da Santa Sé, ele conclama os jovens brasileiros a acolher esse momento como um presente de Deus, capaz de dar sentido à vida de cada um deles. Para o bispo, a Jornada vai animar ainda mais a juventude em seu espírito missionário. Veja a seguir a entrevista:

Jovens Conectados: Na condição de presidente da Comissão para a Juventude, da CNBB, como o senhor acolhe a escolha do Brasil para sediar a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude?Dom Eduardo: Esse processo de escolha foi longo, suado. A decisão da Santa Sé traz uma alegria muito grade para nós. Há muito tempo sonhávamos com isso. O Brasil foi contemplado e acreditamos que esse , além de ser um momento de animação, quando então traz aos jovens a certeza de que existe um Deus e uma Igreja que os amam muito, é um momento promotor de vida, de espirito missionário para os jovens. Os jovens sairão muito mais animados em sua vocação de discípulos missionários nesse mundo, que ainda necessita muito de sua palavra, sua presença, sua ação, que é criativa, ousada, profética, revolucionária e faz acontecer o Reino de Deus.

Jovens Conectados: O que a Igreja do Brasil precisa fazer para que a Jornada se torne realidade?Dom Eduardo: Precisamos definir as equipe responsáveis por essa Jornada Mundial da Juventude . A JMJ é uma só, mas ela se compõe de momentos específicos. Precisamos organizar muitos detalhes para a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora. Esse momento de quase dois anos acaba sendo um momento muito forte de evangelização nas dioceses. Ao passar a Cruz por esses lugares, Deus já está fazendo acontecer um momento novo na vida dos jovens daquele local. As equipes vão ter que proporcionar isso, como também pensar na Pré-Jornada que são aqueles dias anteriores ao evento em si.

As diversas comissões vão ter que ser estruturadas, integradas para que cada uma não se sinta a única ou principal, para que todo mundo conheça todo mundo. E acima de tudo, que esse momento seja vivido com um sentido de muita espiritualidade. Não estamos organizando um evento qualquer, estamos contribuindo com o processo de desenvolvimento do projeto de Jesus Cristo de construção do Reino aqui na nossa terra.

Jovens Conectados: A comissão da Juventude conta com o apoio dos bispos para a realização da Jornada?Dom Eduardo: A Comissão para a Juventude, da CNBB, tem esse papel de fazer com que o processo de evangelização aconteça até a Jornada. A arquidiocese do Rio de janeiro fica com o trabalho especifico nos dias da Jornada . É claro que a Comissão para a Juventude conta com todos bispos, os bispos referenciais dos 17 Regionais da CNBB, com os padres e aquelas pessoas que os bispos colocaram como responsáveis do Setor Juventude de cada diocese. Contamos com os dirigentes das novas comunidades, as congregações religiosas, as Pastorais da Juventude, os movimentos.

É um evento que só vai acontecer bem se todo mundo pusera mão na massa. Cada um no seu estilo, no seu carisma, na sua pedagogia, na sua espiritualidade pode fazer acontecer essa Jornada.

Jovens Conectados: Qual a sua mensagem para os jovens brasileiros diante desse novo acontecimento que é a Jornada Mundial da Juventude no Brasil?Dom Eduardo: Querida juventude, acolha esse momento como um grande presente de Deus para dar sentido à sua vida, ao seu projeto pessoal de vida, a tal ponto que você não tenha mais dúvidas de que a vida só tem sentido quando entendida e vivida a partir da convivência com o Criador.

Queridos jovens, tenham certeza de que Jesus Cristo – centro do projeto de Deus – é aquele que se faz presente pelo Espírito Santo no cotidiano de nossa vida. Esse evento quer fazer com que você se sinta mais amigo de Jesus Cristo. “Chamo-vos amigos” (Jo 15, 15). Sinta essa amizade como algo de muito especial.

Querido jovem, sinta a certeza de que você é um dom para a sociedade. A sua profissão, seus dons, suas qualidades, sua maneira de ver e enxergar, sua voz profética, tudo isso se faz necessário para que o mundo novo aconteça. Você é um cidadão, só que um cidadão cristão, que carrega a cruz de Jesus Cristo, que carrega o evangelho para transformar essa sociedade que ainda não está em nada parecido com aquele projeto de Jesus Cristo. Você é o discípulo e a discípula de Jesus Cristo, você é o missionário e a missionária que a Igreja do Brasil espera cada vez mais seja para a mudança e para a vida plena de todos os jovens do nosso Brasil.

Por uma juventude missionária


Em outros tempos quando se falava de mês missionário éramos logo levados a pensar naquelas regiões onde a Igreja ainda não se havia implantado plenamente: a missão “Ad Gentes”, título do decreto do Concílio Vat. II sobre a vocação missionária da Igreja. Outro aspecto, entretanto, da missão, a missão “ad intra”, para afervorar a vida cristã em nações onde a Igreja já está solidamente constituída, é igualmente importante. Todos temos notícia das missões pregadas, de tempos em tempos, pelos padres missionários. Era uma graça extraordinária que renovava a fé e melhorava a vida moral de nossa gente, recordando-lhe as verdades fundamentais da fé católica e os mandamentos da lei de Deus, tendo na confissão sacramental, na legitimação de casamentos e na comunhão eucarística seu momento alto.

Os novíssimos - morte, juízo, inferno paraíso – eram a grande motivação da catequese das missões. As missões evoluíram no sentido de se tornarem um momento forte de evangelização e de organização das paróquias de modo que o trabalho dos padres missionários tivesse continuidade através da liderança do pároco e da participação de fieis leigos especialmente tocados pelo anúncio missionário. A grande novidade de Aparecida, sob a influência decisiva do Pontificado do Bem-Aventurado João Paulo II, consistiu em convocar a Igreja toda, ministros ordenados, religiosos(as) e fieis leigos(as) a assumir com vigor e ardor a dimensão missionária, que permanentemente brota do mistério da comunhão trinitária do qual a Igreja nasce e vive, prolongando no tempo as missões do Filho e do Espírito Santo. O tema da V Conferência concentrou-se nisto: “fazer discípulos missionários”. Esta foi de fato a ordem de Jesus: “Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as...”(Mt 28,19). Em Atos Jesus fala da vinda do Espírito Santo e afirma: “sereis, então minhas testemunhas...até os confins da terra”(1,8). A razão da urgência missionária está nisso: que em Cristo todos tenham vida. Para caracterizar as transformações culturais por que passa a humanidade o DAp fala de mudança de época, caracterizada pela erosão dos valores tradicionais, por um grande pluralismo que acaba por introduzir um relativismo cuja consequência é um enorme vazio de sentido para a vida, que atinge com especial virulência a juventude.

De Aparecida brotou como seu fruto imediato a “Missão Continental” á qual assim se referiu o Papa Bento XVI: “para mim foi motivo de alegria conhecer o desejo de realizar uma MISSÀO CONTINENTAL que as Conferências Episcopais e cada diocese são chamadas a estudar e a realizar, convocando para isso todas as forças vivas, de modo que, caminhando a partir de Cristo, busque-se sua face”. A Missão Continental não pode ser entendida como um momento transitório, ainda que intenso, de empenho missionário, mas deve ser entendida como uma conversão profunda e permanente da Igreja em suas estruturas, a partir do coração das pessoas, de modo que o anúncio do evangelho flua permanentemente para as pessoas e para a sociedade. . Neste sentido as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) nos oferecem um roteiro sintético e objetivo de reflexão e de indicações para implantarmos em nossas paróquias e em outras instituições eclesiais – centros de ensino, pastorais e movimentos - as propostas de Aparecida.

Na Arquidiocese de Sorocaba temos dado alguns passos nessa direção. Esse processo acontecerá na medida em que houver comunidades vivas de discípulos que haverão de brilhar como luz no coração do mundo. Viveremos no Brasil até o grande encontro de jovens no Rio de Janeiro, em 2013, um significativo processo de animação missionária de nossa juventude. Bento XVI deu-nos como lema da Jornada Mundial da Juventude exatamente a proposta de Aparecida: “Ide, pois, e fazei discípulos entre todas as nações”. Hoje, 2 de outubro, a Igreja de Sorocaba estará recebendo a Cruz da Jornada com o Ícone de Nossa Senhora. Na Praça da Catedral viveremos um momento de profunda alegria, com uma grande concentração de jovens, acompanhados de seus familiares, para darmos início em nossa Igreja Particular aos preparativos para a Jornada. Mas, esse deverá ser sobretudo o início de um renovado empenho na evangelização de nossa juventude.

O Papa, na mensagem aos jovens em Madri, falou da necessidade de ouvir a palavra de Cristo, “Amigo que não engana”e advertia: “Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração”. Jovens, sejam missionários de seus irmãos de juventude, não os deixem morrer de fome.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba - SP