segunda-feira, 19 de julho de 2010


Foi o que aconteceu com todos os santos. Todos sem exceção. Apaixonaram-se por Jesus: pelo que Ele disse, pelo que fez, pelo modo como agiu e por tudo o representa na história dos homens.

À primeira vista parece poético e lindo saber que alguém se apaixonou por Jesus. Com o tempo sabe-se que isto é muito mais que beijos em crucifixos, estampas em camisetas, orações melosas e a meia voz. Apaixonar por Jesus tem seu preço. Não é possível gostar Dele e amá-lo com amor e continuar com a mesma vida e, além do mais, não carregar a sua cruz.

Apaixonar-se por Jesus de Nazaré não é uma aventura superficial. Paulo foi um apaixonado por Jesus. Pedro também. Assim, todos os apóstolos, com exceção talvez de Judas. Mas apesar das fraquezas, um por um dos discípulos, na hora da escolha decisiva, escolheram Jesus porque a Ele que amavam e era Nele que haviam apostado.

Quando usamos a palavra “apaixonado” estamos falando de um amor que devora, que consome o coração e arde lá dentro, com a coragem de darmos tudo para que Jesus seja conhecido e amado como nós o conhecemos e amamos. É um amor desprendido. Verdadeiro. Que toma conta do coração ao ponto de transbordar. Conheço muitas pessoas que amam Jesus deste modo.

Apaixonar-se por Jesus não é, pois, tarefa do acaso. Com Ele não acontece essa de amor à primeira vista. Simpatia, talvez. Amor, não. O jovem rico sentiu enorme simpatia por Jesus. Senão não teria perguntado o que perguntou e mostrado interesse em ouvi-lo (Mt 19,16). Mas não foi capaz de apostar sua vida em Jesus. Não largou tudo por Ele. Já Pedro, André, Tiago, Mateus e os demais deixaram tudo e o seguiram. Se não foi amor à primeira vista, foi certamente um amor profundo, que se aprofundou ainda mais com a convivência.

Jesus sabia cativar. Os discípulos de Emaús, mesmo sem reconhecê-Lo, sentiam arder o coração só de ouvi-Lo (Lc 24, 32). O ex-endemoninhado quis ficar com Ele (Mc 5, 1-20). As crianças O rodeavam (Mt 21, 15; 14, 21). Os discípulos não disfarçam o carinho que Ele lhes inspirava (Jo 13,36-38). A multidão saia dizendo que ninguém falava como Ele. Ouviam coisas maravilhosas (Mt. 7, 28-29). Os guardas mandados para prendê-Lo, voltam dizendo que Ele é incrível, fala bonito demais. Até esqueceram-se de prendê-lo. O cego de nascença torna-se seu defensor eloqüente e não tem medo de ser punido (Jo 9,19). Os que estavam em busca da verdade a encontravam Nele: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo. 14,6). Os que estavam com fome de sentido o encontravam nele: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35). Os que sentiam nas trevas, encontravam Nele a luz: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8, 12).
Este Jesus que não deixa ninguém no meio termo, exceto os que não o conhecem, pode apaixonar a mim e a você. Depende de como chegamos perto Dele. Esse Jesus não se sujeita a padrões. Quer ser amado sem esquemas ou métodos. Quer ser amado apesar deles. Quer ser amado por nós como nós somos e com a coragem de mudarmos, por amor a Ele e só por amor a Ele.

Amar Jesus até as últimas conseqüências foi o que fizeram Francisco de Assis, Inácio de Loyola, Madre Tereza de Calcutá, Madre Rita Amada de Jesus, Irmã Dulce, Dom Helder e tantos outros que certamente não faziam nada do que fizeram se não acreditassem que seu amor por Jesus valeria todos os sacrifícios pelos quais passaram. A lista é interminável. Inclui crianças, idosos, reverendos evangélicos, leigos, moças e rapazes idealistas que arriscaram suas vidas para levar a Jesus aonde ele não era conhecido.

Somente um grande amor justifica uma vida. É preciso estar muito cheio de ternura e amor por Jesus e querer conhecê-Lo cada dia mais, para que esse amor cresça e não retroceda. Que a graça de Deus nos fortaleça na perseverança. Perseverar apaixonados pela pessoa de Jesus e sua causa.

Do “Texto Apaixonar-se por Jesus de Nazaré” extraído do Livro: Porque Deus me chamou...



A juventude e a velhice

A juventude não é uma fase da vida. É um estado de espírito, um reflexo de vontade, uma característica de imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória do valor sobre a timidez, um gosto de aventura sobre o amor à comodidade. Ninguém envelhece por haver vivido certo número de anos, mas porque desertou do ideal; o tempo enruga a pele enquanto que a renuncia do ideal encarquilha a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e as desesperanças são os inimigos que, lentamente, nos encurvam no sentido da terra, transformando-nos em pó antes que a morte nos abala.Jovem é aquele que se encanta e se maravilha, repetindo a figura da criança em permanente interrogação. Jovem é aquele que desafia os acontecimentos e encontra alegria nos embates da vida. Posto em prova, galvanizava-se; os fracassos fazem-no mais forte e os triunfos fazem-no ainda melhor.Serás tão jovem quanto a tua fé e tão velho quanto a tua dúvida. Tão jovem quanto a confiança que possues em ti mesmo e tão velho quanto o teu desespero e o teu abatimento. Permanecerás jovem enquanto permaneceres generoso, enquanto sentires entusiasmo em dar algo de ti mesmo, pensamentos ou palavras. Permaneceras jovem enquanto a ação de dar te valer mais do que a de receber, dando-te, no entanto, a impressão de que continuas sempre devedor. Permanecerás jovem enquanto fores receptível a tudo quanto é belo, bom e grandioso: as mensagens da natureza, do homem e do infinito.E, se um dia, qualquer que seja a tua idade, sentires o coração mordido pelo pessimismo, torturado pelo egoísmo e roído pelo cinismo, que Deus então tenha piedade da tua alma porque nesse dia serás de verdade um velho.